terça-feira, 31 de agosto de 2010

o computador vai substituir o professor?

Creio que o computador vai substituir o professor. Estou falando, é claro, do professor-transmissor de conteúdos, parado no tempo, aquele das conhecidas fichas que serviam para todas as turmas, ano após ano. Aquele que pensava que, mesmo apresentando as coisas de maneira maçante e tradicional, trazia novidades para pessoas que não sabiam quase nada. Essa transmissão de dados passará a ser feita pelo computador de um modo muito mais interessante: com recursos de animação, cores e sons; o aluno terá papel ativo, buscando os temas em que deseja se aprofundar. Algo excluído há muito tempo do currículo entrará na escola: a própria vida do estudante. Então caberá a nós reinventar a nossa profissão.
Como será o professor do próximo milênio? Acredito que ele será um estrategista da aprendizagem. Alguém que vai precisar conhecer a psicologia e a ecologia cognitivas de seu tempo (em outras palavras: saber como o aluno aprende), para poder criar estratégias de aprendizagem no ambiente do computador.
Existem duas formas de usar a máquina na sala de aula. Uma é como se ela fosse simplesmente um caderno mais prático, ou um quadro-negro mais moderno: por exemplo, colocar os alunos para copiar textos no Word, ou dar aula com apresentações no Powerpoint. Isso não é novidade, é apenas incrementar a aula tradicional com elementos atraentes.
A segunda maneira é tornar o computador um novo ambiente cognitivo, ou seja, compreender que no contexto digital mudam as nossas formas de pensar e, portanto, de aprender. Isso não é inédito na humanidade: quando a escrita surgiu, o mundo começou a pensar diferente, a organizar as idéias de outro modo e a formar novas visões da realidade. Nossa época é tão decisiva na história como aquele momento. Cabeças deixam de ser analógicas para se tornar digitais. Como se estrutura seu pensamento?
Vou dar um exemplo muito simples, a partir da minha experiência. Fui professora de Português/Literatura e Redação e, durante muito tempo, reclamei dos alunos que não queriam fazer rascunho, pensando que era preguiça. Hoje percebo, estudando as práticas de leitura e escrita na cibercultura, que na verdade existe uma nova relação com o erro. Antes, errar significava refazer toda a página. Agora, o esboço é o monitor. O rascunho é o próprio texto. Escrevemos pelo ensaio-e-erro: não gostei deste parágrafo aqui, puxo para lá, excluo, reescrevo - tudo antes de imprimir. É uma espécie de aprendizagem por simulação. Como pretender que os jovens façam rascunho no papel? Isso corresponde ao paradigma da página, da linearidade. Acompanhar o processo de escrita pelos monitores em que os alunos trabalham, em vez de ficar apenas com o resultado final, pode ser uma estratégia para conhecer mais e melhor a dinâmica dos processos de escrita dos estudantes.
Pierre Lévy usa duas expressões interessantes para falar do professor: arquiteto cognitivo e engenheiro do conhecimento. Traduzindo: aquele profissional responsável por traçar e sugerir caminhos na construção do saber.
Esses novos papéis vão exigir mudanças nos cursos de formação docente, abertura permanente ao novo, visão crítica na seleção das informações, sintonia com os desafios de cada momento e atenção constante aos processos educativos, tanto quanto aos resultados. O percurso que cada aluno tiver empreendido, a sua forma de navegação pelo universo do saber, será o contexto do qual o orientador de estudos terá que partir para traçar os próximos links da rede de construção coletiva do pensamento.
Só podemos imaginar que, no próximo milênio, vai ser muito mais difícil ser um mestre. Mas, em contrapartida, estaremos contribuindo para formar, em vez de receptores passivos de conteúdos, seres mais capazes de atribuir novos sentidos para a realidade; pessoas que saibam criar novos saberes, a serviço da humanidade.
Está em nossas mãos, agora, a possibilidade de deletar a escola de portas fechadas e cercadas por muros, para deixar nascer a escola da multiplicidade, do hipertexto, do link, das janelas abertas e das salas de aulas conectadas com o mundo.
E garanto que tem muita gente que mal pode esperar por ela.
Andrea Cecilia Ramal 
Pesquisadora do Centro Pedagógico Pedro Arrupe
Autora de Histórias de gente que ensina e aprende
Doutora em Educação - PUC-RJ
Diretora da Instructional Design.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Educação é Mudança

  Atualmente, o universo cada vez mais, sofre com problemas sociais consequentimente, causados por diversos fatores influenciados pela cultura, ecônomia, família e do meio que cada um vive, onde desencadeiam inumeros desequilibrios  e desigualdades sociais como a falta de respeito pelo ser humano através de preconceitos, violências exageradas  e outros, que serão facilmente controlados se as comunidades familíares, religiosas, civis e principalmente o poder púlblico derem maior ênfase à uma educação integra igualitária, inclusiva e formada em concepçoes de respeito e dignidade diante de práticas de ensino que envolvam o aluno como ser pensante,construidor e transformador. Somente através da educação serão sanados inumeros problemas sociais e assim favorecer  um mundo mais humano.